Nos últimos dias, surgiu a proposta do Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, de regulamentar o serviço de entregas de e-commerce no Brasil. Esta proposta visa fortalecer os Correios para que possam competir em igualdade de condições com empresas privadas. No entanto, é preciso considerar os riscos e impactos negativos que tal medida pode acarretar.
Em primeiro lugar, é importante reconhecer que a liberdade de escolha do operador de entrega tem sido crucial para o desenvolvimento do comércio eletrônico no país. A competição entre diferentes empresas de logística permitiu que os consumidores desfrutassem de entregas mais eficientes, seguras e com opções de preços acessíveis. Esta diversidade de escolha também estimulou a inovação e o aprimoramento contínuo dos serviços de entrega, beneficiando diretamente os consumidores.
No entanto, ao centralizar o controle das entregas nos Correios, estaríamos eliminando essa competição saudável e criando um monopólio estatal. Isso não apenas limitaria as opções disponíveis para os consumidores, mas também poderia resultar em serviços de entrega mais lentos, menos eficientes e mais caros. Além disso, a dependência exclusiva dos Correios representaria um risco significativo em caso de greves ou problemas operacionais, deixando os consumidores vulneráveis a atrasos e interrupções nas entregas.
Além disso, ao fortalecer os Correios, estaríamos perpetuando um modelo ultrapassado e ineficiente, em detrimento da livre concorrência e da inovação. Enquanto o resto do mundo avança em direção a soluções mais modernas e ágeis, como entregas por drones e logística inteligente, estaríamos nos prendendo a uma infraestrutura obsoleta e incapaz de atender às demandas do mercado atual.
É importante ressaltar que a regulamentação excessiva também pode impor ônus adicionais aos comerciantes e empreendedores de e-commerce, aumentando os custos operacionais e burocráticos. Isso poderia desestimular novos investimentos e inovações no setor, prejudicando o crescimento econômico e a geração de empregos.
Em suma, a proposta de regulamentação das entregas de e-commerce representa uma ameaça à liberdade econômica e à livre concorrência no Brasil. Em vez de fortalecer os Correios e restringir a escolha dos consumidores, devemos promover um ambiente regulatório favorável à competição e à inovação, incentivando a diversidade de operadores de entrega e garantindo o melhor serviço possível para os consumidores brasileiros.
Fonte das informações: Estadão.