A gen Z, hoje estimada em 2 bilhões de pessoas, será, em breve, o maior público consumidor do mundo. De olho no poder de compra desse grupo, os varejistas vêm buscando informações para entender os hábitos de consumo da geração Z e direcionar seus investimentos em produtos e divulgação.
Cabe às marcas criar pontes para se conectar genuinamente e de forma duradoura com os consumidores da geração Z. Neste artigo, você descobre como criar oportunidades para alinhar seu e-commerce a esse novo perfil, confira!
Perfil da Geração Z
Os jovens da geração Z cresceram na era da internet, têm acesso fácil a todo tipo de conteúdo e podem experimentar o mundo em uma escala global de forma 100% digital — diferente dos millennials, que vivenciaram um período offline.
Segundo a WGSN, consultoria de previsão de tendências, a geração Z é definida pela tecnologia, fluidez, contradição e pela união de diferentes culturas. É considerada a mais etnicamente diversificada da história e quer criar novos conceitos sociais e reformular os ultrapassados. “As marcas que fizerem o mesmo serão capazes de atrair essa geração.”
E o que a gen Z busca nas marcas? O estudo conduzido pela WGSN, que ouviu adolescentes de 16 a 21 anos ao redor do mundo, mostra que ela se interessa por empresas que sabem se autoexpressar e valorizam o indivíduo, e despreza as que tentam agradar a todos.
Embora sejam considerados nativos digitais — eles não conhecem o mundo sem internet —, tenham nascido na era da informação e sejam intelectualmente mais avançados, esses jovens estão amadurecendo mais lentamente e demorando para encarar as responsabilidades da vida adulta, o que inclui trabalho, faculdade e questões financeiras.
Hábitos de consumo da geração Z
O levantamento aponta também que existe uma forte divisão entre os jovens dessa geração: individualistas (centrados no “eu”) e coletivistas (no “nós”). Enquanto o primeiro grupo tem sido alvo comercial da maioria das marcas, o segundo vem fazendo os varejistas repensarem suas estratégias. Empresas precisam saber se comunicar e atrair esses dois extremos se quiserem ter sucesso entre esses novos consumidores.
A gen Z individualista (centrada no eu) é competitiva, focada em obter sucesso e ser popular nas redes sociais, é movida pela moda e busca a perfeição. Na direção oposta, temos jovens com espírito colaborativo, focados nos sentimentos, que objetivam o progresso e são movidos por crenças.
Quando se trata de consumo, os jovens individualistas compram muitos itens de beleza — comportamento alinhado à busca pela perfeição. Por ano, a média é de US$ 368 gastos com maquiagens e cosméticos.
Eles também estão envolvidos com a compra de roupas de segunda mão. Esse tipo de informação pode ser utilizada por varejistas de moda para repensar e reajustar seus negócios. De acordo com novo estudo da ThredUp, o mercado de revenda deve crescer 127% até 2026, três vezes mais rápido que o de vestuário em geral. Essas peças vão representar 18% do guarda-roupa das pessoas até 2031.
Esse comportamento consumidor da geração Z já está mudando a visão de negócio dos varejistas: três em cada quatro executivos dizem que estão abertos a oferecer produtos de segunda mão aos clientes — aumento de 14 pontos percentuais em relação a 2020, segundo a ThredUp.
A ascensão do recommerce (nome dado à venda de peças de segunda mão) é uma resposta à demanda do consumidor, uma vez que 45% da geração Z e dos millennials dizem que são mais propensos a comprar de uma marca que oferece roupas de segunda mão ao lado de peças novas.
Totalmente confortável nas compras online, a gen Z individualista usa as lojas físicas apenas como cenário para fotos e vídeos, que vão direto para o feed (ou stories) das redes sociais, é obcecada por streetwear (moda urbana) e faz qualquer esforço para ter a peça de roupa do momento.
No contraponto, a gen Z da coletividade (a geração do ‘nós’) está preocupada com a integridade das marcas e espera que as empresas promovam inclusão e igualdade de oportunidades em tudo o que fazem. Também anseiam mais transparência das indústrias (especialmente a alimentícia) e querem sair da zona de conforto e buscar imersão cultural a partir de viagens.
Para esses jovens, sustentabilidade e saúde mental são prioridades, além do desejo de um mundo mais inclusivo e marcas que entendam e valorizem as diferenças.
Estratégias de e-commerce para a geração Z
Para as marcas, ficar em cima do muro está fora de questão. É hora de se posicionar sobre os assuntos que essa geração discute e se envolve.
Sua empresa tem um propósito? Em vez de utilizá-lo como ferramenta de marketing, encare-o como um compromisso de longo prazo e com os valores que você acredita e defende.
Construa uma estratégia de marketing de influência com creators que dialogam com os dois perfis (a geração individualista e a geração coletivista).
Uma vez que ansiedade e saúde mental são dois pontos importantes e ao mesmo tempo críticos para esses jovens, analise se a sua marca pode fazer a diferença nessa área.
Veja, agora, dicas específicas para cada perfil, com base nos insights do estudo da WGSN.
Geração Z individualista
Os jovens desse perfil adoram conteúdos que os ajudam a fugir da vida real. Você pode se comunicar com eles desenvolvendo postagens com ASMR (Resposta Sensorial Autônoma
do Meridiano).
Eles também são experts em compartilhar memes. A cultura dos memes é uma forma certeira de atrair esses novos consumidores.
Outra dica para as marcas: não siga uma cultura, crie uma. Essa geração gosta de interagir com conteúdos virais. Inspire-se no que KFC e Adidas têm feito.
Pensando na operação da empresa e na contratação desses jovens, saiba que eles estão buscando flexibilidade e informalidade, portanto, a vibe corporativa deve ser deixada de lado.
Geração Z coletivista
Não aborde a diversidade somente nas campanhas de marketing, leve-a para dentro do espaço de trabalho da empresa. Além disso, os jovens desse perfil querem comprar de marcas nas quais acreditam e, portanto, esperam que os executivos preencham o vazio das áreas onde os governos estão sem credibilidade.
Esse grupo de consumidores gosta de se conectar com pessoas em ambientes offline. Aproveite essa informação para proporcionar experiências “reais”, como cursos, eventos e encontros que combatam a solidão criada pelas redes sociais.
Comunicações otimistas chamam mais a atenção desse público, que prefere ver o lado bom das coisas, ainda que a realidade esteja bastante turbulenta.
Em comum a esses dois perfis de gen Z está a preferência por marcas que defendem e praticam a sustentabilidade, por produtos de qualidade e por atendimento ágil ao cliente. Em meio à avalanche de anúncios no Google e nas redes sociais, esses jovens dificilmente se contentam com uma única comunicação. Para fazer negócio, eles dão preferência a marcas autênticas e que sejam bem recomendadas por amigos e creators.
Fonte: https://nacao.digital/